AS PASTORAIS NAS REDES SOCIAIS
Autor: Dom Edson Oriolo
Hoje, quando se fala em comunicação, pensa-se logo em conectividade pela internet, especialmente nas “Redes Sociais”. Uma cultura de relacionamento midiático que está em constante construção e supera a equação “emissor”, “mensagem” e “receptor”, que constituía a teoria da comunicação na década de 1980.
Desse modo, a socialização – troca de experiências, conhecimentos e informações-, ocorre mais intensamente online do que off-line-, na atualidade. E a comunicação online tem causado um grande impacto em conceitos e métodos de ciências como a psicologia, a antropologia, a sociologia. Ajuda, especialmente, no desenvolvimento econômico, técnico, religioso e cientifico dos nossos tempos. Um exemplo emblemático são as eleições nos Estados Unidos: a maior parte da campanha do ex-presidente Barack Obama foi feita pela internet, e o atual presidente do país se comunica com os americanos, em primeiro lugar, por meio das redes sociais.
O rápido avanço tecnológico e a popularização da internet estão quebrando paradigmas no modo de viver e, principalmente, na forma de comunicar. Essa realidade do mundo digital tem transformado radicalmente a nossa maneira de interagir com nossos semelhantes. Uma verdadeira revolução! Hoje, somos online.
O Papa Bento XVI já alertava que, no mundo digital, transmitir informações significa, com frequência e sempre com maior intensidade, inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado em intercâmbios pessoais. Nesse processo, a distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação parece relativizada, pretendendo a comunicação não ser apenas troca de dados, mas sobretudo, partilha.
Em tom claramente confiante, mas com prudência e sem esquecer os perigos da comunicação online, o Papa Francisco afirma: “a internet pode oferecer mais possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos, o que é coisa boa, um dom de Deus” – Mensagem para o 48.o Dia das Comunicações Sociais (2014). O pontífice utiliza o ícone do bom samaritano ao considerar que a Igreja deve empenhar-se para levar, por meio da internet, o óleo e o vinho ao homem ferido: “A nossa comunicação seja um óleo perfumado para a dor e vinho bom para a alegria”.
Nos dias de hoje, estamos, em grande maioria, 24 horas online. Na rua, pais acessam seus celulares, enquanto os filhos, andando ao lado, fazem o mesmo. Nos restaurantes, as pessoas colocam os celulares sobre a mesa mesmo antes de se sentarem. Nos pontos de ônibus, todos conectados; todos com seus aparelhos, escutando, conversando, buscando informações, se relacionando.
Pesquisas indicam a média diária por pessoa de permanência na Internet, no Brasil: 2,4 horas no celular; 6,1h, no computador e 3,1h, nas redes sociais. Os dados dizem mais, vão além da simples estatística. Eles mostram que os brasileiros estão entre os povos que passam mais tempo online nas redes sociais, em média, 13,8 horas mensais, ficando atrás apenas dos chineses.
Dom Edson é Bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte, escreve para várias revistas, periódicos sobre gestão eclesial, pós-humano, paróquias, Pastoral urbana e Pastoral do dízimo.
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