Amizade Favorita
Não sei como algumas pessoas têm conseguido fazer com que seu “amigo favorito” fique falando com elas por um longo período de tempo, sendo que neste intervalo consiga “maquiar” sua amizade com descrições falaciosas ou com palavras balbuciadas sem levar em conta seu significado. Um amigo para ser favorito do outro tem que saber cativá-lo sempre.
Todavia, no livro “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, uma das frases mais célebre é usada até hoje para ressaltar a importância dos sentimentos e do caráter amigável no dia a dia e, como não poderia deixar de ser, tem importância crucial na amizade: “Se tu queres um amigo, cativa-me!” Esta palavra “Cativar” reflete uma amizade favorita.
Algumas pessoas são importantes quando conseguem cativar uma verdadeira amizade onde a verdade prevalece; outras são também importantes sendo um escape para se refugiar de seus medos e incertezas, mas que não é amigo o suficiente para ser totalmente confidente.
“Confidenciar” a um amigo tudo aquilo que se vive só é possível ao passo que a amizade está cativada.
Sem se sentir parte de um direcionamento amigável é impossível confidenciar porque não se está cativando. Como por exemplo, deixar se levar por uma amizade de poucos meses ao se deparar com a falta de confiança daquela de vários anos.
A desconfiança faz parte do medo. Quando se tem medo de alguém que você já pôde confidenciar algumas coisas da vida, a desconfiança reina. Reina, sobretudo, na amizade.
Não foi uma amizade suficiente para continuar cativando, conquistando.
Ficar buscando respostas de perguntas que não se quer fazer reflete uma amizade manca, sem dúvida alguma, que seja fácil de substituir ou que, com a falta de transparência, já foi trocada.
Almoços, jantas, visitas, passeios, presentes e outros mimos parecem conseguir cativar mais do que anos de vivência amigável.
Mas será porque maquiar a amizade ao invés de dizer a verdade? A resposta é simples: a verdade é por ela mesma.
Porque ver sentido em dizer: “não deu nenhum beijo!”; “não foi proposital”; “não teve sentimento”. Sendo que o sem sentido já faz parte da resposta dada?
Assim, continue falando com seu amigo “favorito” quando ele realmente for favorito para partilhar todas as verdades capazes de cativar ao invés desconfiar, confidenciar ao invés de sentir insegurança e medo. Que a partir deste momento reine, em sua vida, a verdadeira amizade entre você e seu amigo favorito porque apenas reconhecimento de carinho como sendo pessoa especial e agradecimento geral não gera confiança para tirar a “mascara” da amizade. Cuide-se do seu amigo favorito para ele continuar sendo o que é. Apenas isso, amigo.
Padre Joacir d’Abadia, Pároco em Alto Paraíso-GO, Filósofo autor de 8 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior